"TRIBUNA DA BAHIA"
Cultura
Leonel Mattos faz intervenção coletiva em Feira de Santana
Publicada: 21/12/2010 00:26| Atualizada: 20/12/2010 22:32
Leonel Mattos é daqueles artistas que não deixa a crítica de arte sossegada. Creio que já se passa mais de, no meu caso, 25 anos ou mais de artes que acompanho Leonel Matos, antes que qualquer artista, Museu e ou movimentos ditos “contemporâneo”, Leonel Mattos já estava à frente de seu tempo com intervenções em árvores mortas, onde as pintava para chamar a atenção de seu abandono, ou mesmo em frente ao Teatro Castro Alves, que na época nem se pensava na sua restauração chamava o público passante a pintar junto com ele, ou ainda na Galeria o Cavalete da querida Jaci Brito, onde realizou uma mostra de arte conceitual sendo indiscutivelmente o pioneiro nestas atitudes.
Tento acompanhar suas ações no facebook, mas ele é rápido demais e dá muito trabalho a crítica de arte a pensar e se manifestar. Graças a Deus. Leonel não é um rebelde sem causa, ao contrário com muita causa, comparo seu trabalho ativista ao de César Romero, outro incansável artista, ambos sabem muito bem procurar seu espaço com ética, respeito, solidariedade e bondade, não guardando para si suas realizações, mais sabem “dividir o pão”.
Realizou na Feira de São Joaquim, em Salvador uma Intervenção Artística. Não satisfeito partiu para a cidade de Feira de Santana e no Centro de Abastecimento de Feira de Santana realizou de novo esta intervenção na qual a primeira provocou uma repercussão nacional e creio que esta segunda também e o evento foi promovido pelo Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca).
A mostra coletiva, que tem a curadoria de Leonel Mattos e Selma Oliveira, reuniu artistas de Feira de Santana e Salvador, com trabalhos em pintura, fotografia, arte comestível, instalações, entre outras modalidades. A exposição é um desafio para os artistas, pois diante de tantas informações, o trabalho de cada um vai sobressair. Além disso, é uma forma de valorizar o espaço, que passa a ser visto com um olhar diferenciado, descobrindo até mesmo seus valores estéticos.
Com uma postura política e questionadora, o agitador cultural Leonel Mattos salienta que a ocupação da feira livre provoca o diálogo entre a obra de arte e o público.
Ele entende que nos espaços específicos como as galerias e museus, um trabalho ganha 70% de status de arte. Ao contrário de uma exposição no Centro de Abastecimento que, diante de tantas informações que o espaço oferece, a obra de arte se destaca por si mesma.A intervenção no Centro de Abastecimento é também uma crítica às instituições de arte tradicionais, ou seja, os museus e galerias, que nem sempre conseguem alcançar a dinâmica das ruas em tempo real.
Daí porque o evento se dá de maneira efêmera, com duração de apenas um dia. Outro aspecto a ser destacado é o fato de o artista ter a possibilidade de escolher o local para expor a sua obra. A mostra tem temática livre e é organizada de acordo com a performance da feira.
Participaram da exposição os artistas Juraci Dórea, Cesar Romero, Edson Machado, Galeano, Gil Mário, Guache Marques, Maristela Ribeiro, Luiz Humberto Carvalho, Sonia Cardoso, Zito, Linda Côrtes, Lucely Guimarães, Silvio Portugal, Márcio Santana, e o próprio Leonel Mattos. E mais Paula Bonfim com o grupo 3 Cabeças, Celso Cunha, Diego Cardoso, Lia Magalhães, Salomão, Rui Garcez, Julio Costa, Ed Ribeiro, Washington Arléo, Telma Falck, entre outros. Tai mais uma realização de um artista que escreve uma história da arte baiana e brasileira.
Aldo Tripodi
Critico de arte"
Fonte: Facebook de Leonel Mattos.
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